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“O BIZ da produção”: um adequado manejo alimentar das matrizes no final da gestação é vital para o sucesso da produção

Apesar de mais de 70% do crescimento fetal ocorrer durante o último terço de gestação, os principais fatores que influenciam no peso ao nascer do cordeiro acontecem em grande parte durante os primeiros estágios da gravidez e incluem, dentre outros, o desenvolvimento da placenta e o escore de condição corporal da ovelha.

Uma ovelha mal alimentada não pode produzir leite suficiente para garantir a sobrevivência de nem mesmo um único cordeiro.
É no último terço de gestação quando aumentam consideravelmente os requisitos de energia da ovelha. Se mal alimentada, não pode produzir leite suficiente para garantir a sobrevivência de nem mesmo um único cordeiro.

No entanto, é no último terço de gestação quando aumentam consideravelmente os requisitos de energia da ovelha e acontece a maior parte do desenvolvimento do úbere. Portanto, faz-se necessária a alimentação de forma adequada da matriz para assegurar que haja produção suficiente de colostro (extremamente importante em ovelhas de alto desempenho produtivo) como para a sobrevivência e viabilidade do cordeiro.

Atender às demandas nutricionais requer um aumento na quantidade de alimento ofertado e, muito possivelmente, na qualidade deste, uma vez que a taxa de ingestão pode ser restringida pela compressão na cavidade abdominal ocupada pelo feto.

Além de afetar negativamente o peso ao nascer do animal, a inadequada nutrição durante o terço final de gestação penaliza a taxa de crescimento do cordeiro até o abate uma vez que há mudanças tanto na produção de leite da ovelha quanto no desempenho produtivo do cordeiro em longo prazo. Da mesma forma, a desnutrição durante a gravidez pode restringir o crescimento e desenvolvimento da glândula mamária como também contribuir para o esgotamento das reservas corporais energéticas do animal. Portanto, há influência direta na eficiência da conversão alimentar para a produção de leite e, posteriormente, redução na capacidade de mamar do filhote.

Ovelhas em constante perda de escore de condição corporal durante a fase final de gestação passam a ter a produção total de leite ao longo da lactação comprometida devido à restrição do crescimento da glândula mamária. Se a subalimentação se prolongar até ao momento do parto, o fluxo de produção de leite estará comprometido em até 12 horas após o parto, fato esse que favorece a privação dos cordeiros de colostro e redução pela metade da produção de leite em comparação com ovelhas que manteram ou ganharam peso durante o final da gestação. Uma ovelha mal alimentada não pode produzir leite suficiente para garantir a sobrevivência de nem mesmo um único cordeiro. A desnutrição no terço final de gestação influencia no desenvolvimento de cordeiros com reserva corporal de energia reduzida, fato que os tornam mais propensos à fome e à exposição climática.

Cordeiros nascidos de ovelhas bem alimentadas na fase final da gestação possuem maiores reservas energéticas armazenadas na forma de gordura e estão melhores ‘equipados’ para sobreviver frente à fome e às condições adversas de chuva e vento. Eles também mantêm o comportamento de sucção por períodos mais longos do que aqueles cujas mães sofreram restrição alimentar. Ovelhas bem alimentadas possuem reserva energética especial para auxiliar na produção de leite no início da lactação.

Pontos-chave para o sucesso na pré-parição:

  • Se o planejamento alimentar no pré-monta não pôde ser concretizado, foque em alimentar bem as ovelhas a partir do final do segundo mês de gestação para garantir um bom peso ao nascer dos cordeiros.
  • Separe as ovelhas de parto único daquelas de parto duplo logo após o nascimento ou o quanto antes possível e, preferencialmente, alimente as matrizes de parto múltiplo a fim de manter a condição da ovelha durante a gestação. Não se esqueça de que o requerimento de ingestão de matéria seca de uma ovelha carregando gêmeos pode dobrar logo após a parição!
  • É muito importante alimentar adequadamente as ovelhas durante as últimas seis semanas de gestação para minimizar uma possível perda no escore de condição corporal do animal. Como consequência, dimimuem-se acentuadamente os riscos de distúrbios metabólicos e se contribui para uma boa produção de colostro.
  • Evite a subalimentação no terço final da gestação por restringir o desenvolvimento do úbere e a produção de leite durante a fase de cria.
  • Vacine as ovelhas contra clostridiose pelo menos duas semanas antes da parição.
  • Identifique e trate possíveis deficiências de micronutrientes para garantir níveis adequados aos cordeiros recém-nascidos.

Produtor! Cada fase do seu ciclo de produção precisa ser minuciosamente planejada quando falamos em aumentar a produtividade do seu rebanho. A nutrição das ovelhas precisa ser trabalhada para atender as exigências desde os manejos que antecedem a estação de monta (Conceito de produtividade frente ao planejamento da estação de monta: o paradigma do parto gemelar).

Para conseguir organizar um planejamento que traga a lucratividade da sua produção, é necessário aplicar conhecimentos técnicos que sigam um raciocínio focado em explorar a máxima eficiência do seu rebanho em um menor custo de produção (saiba mais sobre a produtividade da ovelha brasileira).

Equipe CordeiroBIZ

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