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Conceito de produtividade na ovinocultura para aumentar o ‘giro de produção’ no sistema

Vamos incrementar o conceito de produtividade que falamos no artigo “O conceito de produtividade na ovinocultura de corte”. Essas recomendações servirão para que o ovinocultor inicie a “lição de casa” em seu negócio.

A produção de cordeiros é dinâmica e muitas vezes, até por falta de organização na propriedade, não se conhece quantos animais de fato são férteis.

Para quem produz cordeiros para abate, o conceito de PROLIFICIDADE é deveras importantíssimo ao sistema!

Vejam, no famoso “pai dos burros” nosso dicionário da língua portuguesa, a palavra prolificidade se define como:

“Que tem o poder de gerar prole” ou ainda melhor: “igual a fértil, diferente de estéril”.

Perfeito! DIFERENTE de estéril.

A importância em conhecer e entender esse conceito para um rebanho de corte é que os animais que não produzem bem, não podem permanecer no sistema. Afinal, falamos o tempo todo de um sistema produtivo, correto?

A prolificidade do rebanho determinará a produtividade do sistema. No mercado competitivo das carnes, o ovinocultor precisa ter todas as ferramentas em mãos para o sucesso do negócio.
A prolificidade do rebanho determinará a produtividade do sistema. No mercado competitivo das carnes, o ovinocultor precisa ter todas as ferramentas em mãos para o sucesso do negócio.

Muito bem, para os produtores que ainda necessitam organizar a sua fazenda, o primeiro rumo a se tomar é: “busque o seu giro!”.

O ‘giro de produção’

O giro na produção é algo fácil de saber.

Produtor, quantos animais você vendeu no ano passado? Quantos animais você venderá ano a ano?

A venda de cordeiros pesados traduz em 100% a sua produtividade. O conceito é bem interessante e fácil de buscar, afinal, quem não sabe quantos cordeiros foram vendidos? É um costume, mesmo que equivocado, as pessoas em geral saberem apenas computar o que ganham, portanto, não há quem não saiba quantos cordeiros produziu. Esse dado deve estar na ponta da língua do produtor!

O conceito deve ser redondo inclusive para fazendas que ainda estão em crescimento, pois a reposição de fêmeas deve ser consciente em função da fertilidade. Debatemos esse assunto no artigo “Reposição de borregas e a fertilidade dos rebanhos comerciais”.

Dessa forma, teremos uma relação do que foi produzido anualmente pelo número de animais em produção. Vejam:

  • 5.000 animais na fazenda, com um giro de 2.000 cordeiros! Números altos, que dão impacto!

Agora faça a comparação:

  • 2.000 / 5.000 * 100 = 40% de giro anual!

Péssimo dado!

Esta fazenda está aquém da sua capacidade de produção. Pior, está pagando uma conta para 5.000 animais e produzindo 2.000!!! Importante saber que esse investimento em longo prazo já está condenado. A propriedade decretará falência em pouco tempo…

Já pensaram que a ovelha é capaz de alcançar um giro de produção anual superior a 100%???

Produtor, calcule o seu 'Giro de produção'!

Produtor, uma vez computado esse dado, você certamente tomará coragem para caçar número por número dos animais improdutivos em seu rebanho e fazer um acompanhamento preciso.

Descartes

Aqui cabe mais um gancho: Descartes! Fazem parte da conta em uma fazenda produtiva.

Descarte em uma fazenda tem uma relação tendenciosa, pois reflete a uma produção ruim, correto? Depende:

  • Se a fazenda faz descarte baixo, o rebanho certamente conta com um grande número de animais improdutivos ou que apresentam baixa produtividade. O resultado final da produção será ruim.
  • Se a fazenda faz descarte alto, ela caminha para a melhora e descartes justos começam a partir do controle do rebanho.

Lembre-se que a venda de animais improdutivos é necessária e ajuda a pagar a conta, pois evita que estes façam parte do balanço de gastos anuais da propriedade.

Bom trabalho produtores! Ficou mais fácil saber se vocês sabem produzir.

Equipe CordeiroBIZ

Um comentário

  1. Virginia Maria de Lima

    Olá, estou visitando a página pela primeira vez e fiquei muito contente, pois a abordagem sobre Sistema de Produção é bem desenvolvida. Os artigos apresentados são bastante esclarecedores para quem deseja atuar nesta área.

  2. Ana Carolina Prado Zara

    Virgínia Maria de Lima, agradecemos sua participação!
    Nossa equipe é composta por técnicos e produtores. Desenvolvemos temas simples, mas que são a chave para o sistema.
    O CordeiroBIZ tem o dever de orientar o mercado ovino, já que somos produtores sofrendo do mesmo mal: a falta de informações primordiais ao sistema!
    Seja bem vinda para compartilhar idéias, incrementar nossos artigos e criticar também.
    Obrigada!

  3. Fontoura

    Uma dúvida!
    Para fazer este cálculo, utiliza-se: (matrizes + carneiros + cordeiros (machos e fêmeas) = animais na fazenda) – (cordeiros + descartes)?
    Ou somente: (matrizes + carneiros = animais na fazenda) – (cordeiros + descartes)?
    Visto que na primeira opção´fica impossível qualquer número maior que 60%.
    Aguardo.

  4. Rafael F. Santos

    Olá Fontoura, obrigado pela sua participação!!!
    Infelizmente, nenhuma das duas sugestões levantadas estão corretas.
    Para identificar o ‘giro de produção’ do seu rebanho, você considera o número de matrizes em produção e a quantidade de cordeiros terminados:
    Giro de Produção = cordeiros terminados / matrizes * 100
    Descartes entram em outra conta…
    Quem determina a produtividade (cordeiros terminados) é a ovelha e seu estado nutricional, então a conta para saber o seu ‘giro de produção’ é mais simples do que parece.
    Você pode ler mais a respeito em nosso artigo sobre “Reposição de borregas” e “Produtividade”.
    Qualquer dúvida pertinente não hesite em nos escrever.
    Atenciosamente, Rafael.

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