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Investimentos conscientes: quanto você quer ganhar como produtor de cordeiros? (1/2)

Quando se inicia um projeto de produção de proteína animal em uma propriedade é necessário planejar os investimentos que serão realizados e em quais fases do projeto o capital será aplicado. Esse processo de injetar capital no empreendimento acontecerá constantemente durante toda a vida do negócio, seja para modernizar as tecnologias, capacitar a equipe, aumentar a produtividade através de genética e nutrição, além de inúmeras outras possibilidades. É muito importante que esses investimentos sejam realizados de forma consciente. A fazenda como qualquer empresa, deve manter-se competitiva no mercado, sendo a ovinocultura de corte uma alternativa atraente devido a adaptação da ovelha em cenários distintos de produção (terreno, tamanho da propriedade, clima, pastagem…).

Para que o ovinocultor possa se subsidiar da atividade, ele deverá ser remunerado pela sua produção em suas diversas frentes de geração de renda (comercialização de cordeiros para abate, borregas, descartes, matrizes e/ou carneiros melhoradores). É necessário que ele receba mais do que gaste, ou pelo menos empate as contas na fase inicial do projeto para produção de carne de cordeiro. O produtor precisa trabalhar com o saldo total anual da atividade positivo dentro da propriedade e o foco deve ser atingir um ponto de equilíbrio entre os menores custos e os melhores resultados (em dinheiro) em um espaço de tempo curto. Dessa forma, os investimentos precisam acompanhar estruturação do sistema de produção e as projeções de capitalização da propriedade pelas frentes citadas.

Foco e planejamento para acertar os investimentos em alvos que gerem renda ao produtor!

O valor que o ovinocultor receberá pelo quilograma da carcaça no frigorífico é o resultado de todo um ciclo de trabalho e produção, que termina com a carne no prato do consumidor dentro do perfil exigido. Desta forma, cabe ao produtor como responsável pelo empreendimento começar a se questionar sobre o seu rendimento financeiro em cima da produção, para que a atividade se mantenha sustentável e rentável ao longo dos anos, atendendo a demanda vigente. A equação para chegar nessa resposta parece não apresentar mistérios!

RO = PC – CP

  • RO = RENDA DO OVINOCULTOR: lucro líquido oriundo exclusivamente da ovinocultura de corte na propriedade.
  • PC = PREÇO PAGO PELA CARCAÇA: valor em dinheiro que o frigorífico paga ao produtor (peso vivo ou carcaça quente), negociado entre as partes, que pode variar de acordo com o volume de animais, qualidade do lote e idade, região, etc.
  • CP = CUSTO DE PRODUÇÃO: composto pelo controle dos índices zootécnicos aliados a contabilidade da propriedade.
Conceito que define a renda do ovinocultor. Você já tem essa resposta na 'na ponta da língua'?
Conceito que define a renda do ovinocultor. Você já tem essa resposta na ‘na ponta da língua’?

Nessa conta já sabemos o valor pago ao ovinocultor por sua produção. No Estado de São Paulo entre 24 de julho e 01 de agosto de 2012 (entressafra do cordeiro), a região de Bauru apresentou o maior preço: R$ 14,78 (kg/carcaça quente) e a região de Campinas o menor preço: R$ 9,64 (kg/carcaça quente), considerando um rendimento de carcaça de 45% (UNICETEX/USP, informativo nº 109, adaptação CordeiroBIZ). O CordeiroBIZ também constatou para o mesmo período com suas atividades a campo que a negociação entre o ovinocultor e o frigorífico se mantém em R$ 12,00, com o frigorífico batalhando para ‘bater o martelo’ em R$ 11,50 o quilo da carcaça.

Restou saber nessa conta quais são as informações referentes ao CUSTO DE PRODUÇÃO. Sendo assim, quanto custa para produzir o cordeiro na propriedade?

Essa pergunta só poderá ser respondida pelo produtor, necessitando ele possuir um sistema de produção organizado e funcionários capacitados para o mais apurado controle dos índices zootécnicos.

É o momento da lição de casa.

Os técnicos que atuam a campo na ovinocultura de corte enfrentam o desafio da falta de organização do produtor e da mão de obra das fazendas para cumprir os manejos estabelecidos, ocasionando um quadro de descaso na gestão das informações e dos resultados da propriedade. Uma parcela dos técnicos também não consegue entender o conceito de “produção” e aplicam decisões errôneas, deixam de capacitar a equipe, sobrando para o produtor arcar financeiramente com os prejuízos consequentes. A falta de rumo e desencontro de informações dos responsáveis por gerenciar a propriedade e o rebanho deve ser solucionado em caráter emergencial. O sucesso do negócio é o fechamento das contas e o dinheiro no bolso no final de cada ciclo de produção, então toda a equipe deve ser cobrada: ovinocultor, técnico e funcionários.

É preciso recolher as informações com precisão e validade!

Para solucionar esse entrave, o sistema de produção adotado na fazenda deve funcionar corretamente, permitindo que os funcionários consigam planejar e executar suas tarefas. E sempre haverá erros no caminho, só não é permitido cometer o mesmo erro duas vezes! O sucesso desse sistema depende da atitude do ovinocultor em administrar o negócio, traçando metas e trabalhando arduamente para cumpri-las, aliado a constante capacitação a que ambos devam estar submetidos. A organização da produção depende do ovinocultor saber aonde quer chegar, como e em quanto tempo.

Continua… parte 2/2.

Equipe CordeiroBIZ

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