Na maior parte das propriedades de ovinos no Brasil a estação de monta é realizada a partir de março, desta forma os nascimentos concentram-se no mês de agosto. Outubro, então, desponta como o início da ‘Safra do Cordeiro’, logo após o desmame dos animais.
O peso ao desmame dos cordeiros é um dos principais índices zootécnicos para avaliar o desempenho e a viabilidade do sistema como um todo. O manejo alimentar da matriz bem como o desempenho individual do cordeiro terão grande impacto no peso médio final do animal para abate. Melhores resultados no desmame, oriundos de um planejamento assertivo em todo o ciclo de produção, são a chave para o sucesso do negócio e maior liquidez do produto (cordeiro). Dessa forma, agora é o momento de selecionar os animais produtivos e que trarão melhor custo-benefício ao sistema.
O confinamento é uma das ferramentas mais utilizadas pelos ovinocultores para que o animal alcance peso ideal de abate em menor tempo. O direcionamento do planejamento deve ser para menores investimentos em nutrição corretiva (após desmame), com objetivo principal a produção de leite de qualidade no início do período de lactação e posterior seleção dos animais. Por isso produtor, o seu planejamento nutricional deve contemplar esta realidade.
Para quem não planejou o confinamento seguem algumas considerações de mercado sobre a base energética e proteica das dietas, representadas pelo milho e soja, respectivamente. Os preços dessas duas commodities registraram alta nestas últimas semanas:
“A soja, por exemplo, saiu de queda de 3,77% para alta de 10,78% entre agosto e setembro. […] O milho saiu de queda de 6,93% em agosto para alta de 1,31% em setembro e tem impacto no custo das rações. A alta nos grãos tem também efeito nas carnes, assim como a sazonalidade de final de ano. As carnes suínas saíram de 5,06% de alta para 13,37%.” (Ibre/FGV, André Braz; 27 set. 2013)
E mais uma vez a exportação de grãos do Brasil ainda mostra força no final de setembro:
“O Brasil embarcou 4,64 milhões de toneladas de seus principais grãos de exportação –milho e soja– nas primeiras três semanas de setembro e caminha para superar o volume registrado no mesmo mês de 2012, mostraram dados da Secretaria de Comércio Exterior.” (Fonte: www.jornaldacidade.com.br; 23 set. 2013)
Com previsões de um clima mais quente e seco no Centro-Oeste dos Estados Unidos, elevam-se os temores de uma possível perda na produtividade:
“As vésperas do plantio da safra de grãos, a alta do dólar e a seca, que castiga as lavouras nos Estados Unidos, mudaram o cenário de preços para a soja e do milho, que mais uma vez serão as estrelas do agronegócio.” (Fonte: www.em.com.br; 01 set. 2013)
A previsão para os valores do milho e da soja é manter a alta dos preços, uma vez que a oferta para exportação dos grãos para os Estados Unidos será mais atrativa, pressionando o aumento do preço em questão ao pecuarista brasileiro. O ponto de grande importância ao produtor no que diz respeito ao seu planejamento é que, mesmo com esse cenário de alta, no Brasil os valores de sacas ainda estão sendo atualizados. Será que esse momento não é a hora do pecuarista comprar os concentrados que utilizará em seu confinamento?
No ano de 2012 a seca nos Estados Unidos foi agravante e o país recorreu ao Brasil para suprir sua demanda. Novamente acompanhamos a probabilidade de repetição desse quadro econômico. Mesmo com o maior plantio em 2013, a oferta não suportou a quebra americana.
E você produtor, considera que planejamento é a chave para a maior rentabilidade?
Artigo escrito em colaboração com Livia Fontes Capelluppi, aluna de Gestão do Agronegócio, Fatec-Botucatu.
Equipe CordeiroBIZ