A demanda pela carne de cordeiro se altera ano após ano para o consumidor brasileiro. A consagração da carne como exclusiva de épocas festivas sofreu alterações em seu perfil e hoje existe um comportamento de consumo mais distribuído em todos os meses do ano.
É necessário entender que o comportamento de consumo da carne ovina acompanha o ciclo de produção da ovelha que apresenta uma oferta grande de cordeiros no final do ano. Ao produtor cabe decidir: produzir cordeiros para o final do ano é realmente rentável?
A cotação divulgada dia 04 de dezembro, realizada pelo FarmPoint entre os dias 25/11 e 02/12, revela valores de R$ 6,40/kg do cordeiro para abate. Houve uma valorização de 10,34% com relação ao mês de novembro. Deve-se atentar que os cordeiros engordados até novembro são obrigatoriamente frutos de montas de janeiro, fevereiro e começo de março. Isso é claro, quando falamos de cordeiros com abates precoces entre 100-120 dias.
É necessário destacar que o melhor cio da ovelha dar-se-á em março e que, portanto, a leva de cordeiros para o começo de dezembro é muito mais concentrada do que as dos outros meses.
Aos produtores que não planejam a programação da sua monta, o desafio da venda começa agora!
Primeiramente, não é mais possível encontrar no mercado um preço pago ao produtor tão alto e de entrega imediata. Os preços praticados e cotados em novembro devem ser muito bem avaliados, mas para o ano seguinte, pois há de fato um comportamento de compra dos frigoríficos que não comportam a massa de cordeiros produzidos para dezembro. Isso ocorre por serem frigoríficos pequenos e não contarem com câmaras de estoque para as carcaças.
Produtor, leia-se que quem não vendeu até novembro, venderá para janeiro. Sim, para janeiro! Isso ocorre porque dezembro é o mês mais curto do ano e o seu real fechamento para quem atua no comércio é em sua primeira quinzena. Isso se chama programação! Portanto, produtor, o seu comprador se planeja. A falta de programação de monta acarreta em pelo menos mais um mês e meio de animais fechados na ração.
Certamente a melhor época para vender os animais deve ser fora da competição que ocorre com chegada da safra ovina. Porém, uma média ponderada de R$6,50 no quilo VIVO do animal infere que haja vendas de R$ 5,00/kg e R$ 8,00/kg, ou R$ 5,50 e R$ 7,50, ou R$ 6,00 e R$ 7,00, por exemplo.
Dentro do contexto de comercialização legal do animal terminado, R$ 7,00/kg VIVO, com rendimento de 45%, não fecha se quer a sua venda nas gôndolas ou nos mercados mais apurados. Além disso, questionar-se quanto à venda sem incluir o preço do frete é de suma importância. Uma vez subtraído (o frete) do valor total pago ao produtor temos como resultado uma menor remuneração por quilo, ocasionando furos no orçamento. Portanto, valorizar o preço pago e não subtrair o custo de transporte é mais uma vez falta de programação.
Trabalhando um pouco mais a realidade de mercado, em uma fase de muita oferta de animais ocorre menor procura, assim como a redução do preço pago. Em muitos casos, a visão do comprador que enxerga a época mais escassa do animal terminado (final de janeiro), gera a oferta com postergação na entrega do produto. Essa situação desfavorece a rentabilidade do ovinocultor, considerando o atual custo dos farelos.
Produtor fique atento! O valor do cordeiro tradicionalmente varia por região, porém, com muito pé no chão, não há “terceirizador” que se comprometa a repassar um animal comprado por R$ 7,00 o quilo VIVO.
A equipe CordeiroBIZ reitera que a programação da produção deve sempre fechar a conta no valor pago pelo mercado. Não superestime o seu produto. Altas expectativas geram altas decepções.
Equipe CordeiroBIZ