- A reposição de fêmeas PRODUTIVAS ao rebanho tem alto valor em um sistema de produção, principalmente em longo prazo.
- Borregas têm muito peso no índice zootécnico mais importante para o rebanho de cria: A FERTILIDADE!
- Animais mais jovens tendem a “falhar” mais em épocas reprodutivas, pois estão não somente em fase de reprodução, mas também em fase de crescimento.
- A idade mais produtiva do rebanho ovino está nos 3 anos de idade!!!
Fonte: International Sheep and Wool Handbook (2010), adaptada pela equipe CordeiroBIZ.
Propriedades com alta reposição tendem a índices de fertilidade mais baixos, pois contam com rebanhos mais novos, deixando de explorar o maior potencial produtivo dos três anos de idade dos animais!
Reposições justas, feitas inclusive em rebanhos bovinos, giram em torno de 25-30% de animais jovens. Isso ocorre para que haja melhor seleção dos animais repostos e também melhores respostas de fertilidade.
Pense nisso produtor! Aumente o plantel com qualidade e não em quantidade!!!
A importância das diferentes escolhas em um sistema de produção é tão alta que decididamente devemos dar razão a RAZÃO!!!! Engraçado não é? Mas, o que queremos dizer com isso é que animais de produção precisam tornar o seu ambiente produtivo!
Produtores, agora é a hora de enxergar o valor do investimento! Cada seleção mal feita, com foco no ‘amor pela raça’, na beleza de um animal que não imprime genética aos seus descendentes, é perda de tempo e dinheiro!!! Como diz o velho ditado: “Por fora bela viola, por dentro pão bolorento”. Animais que não conferem melhoras em índices zootécnicos são de fato “pães bolorentos” no rebanho.
Colocamos dia 07 de agosto em nossa fanpage a pergunta “Como segue sua reposição anual de borregas?” para debater o tema com os produtores, sendo possível participar e acompanhar os resultados.
Devemos encarar uma reposição como um índice que deverá refletir diretamente na produção, explorando o fato de que a ovelha tem seu auge nos três anos de idade no que diz respeito à produção de leite. Caso as borregas entrem subnutridas na primeira estação de monta ou com baixo potencial materno em função da baixa seleção, o rebanho tende a não ter o auge da produção aos três anos. Pior ainda, talvez, nunca venha a ter…
Costuma-se dizer que uma fazenda que trabalha animais para “cria”, tem que ter índices de desmame bons, mas de nada adiantaria esses índices se em um passo anterior a fazenda falhou! Ou seja, temos 95% do desmame pesado, porém, com 50% da fertilidade alcançada. Este tipo de resultado pode quebrar um investimento, pois os animais que mais comem e mais custam caro são os animais maiores, de maior ingestão.
Portanto, não dê chance para que sua ovelha ou borrega coma o que tiver e produza o que quiser. Brincadeiras a parte, esta frase soa como se a ovelha fosse mais esperta do que você produtor, e de fato, se isso estiver acontecendo, ela é!
Veja, não há lição de moral aqui! Na ‘Fazenda Viva’ tivemos reposição de 20% do rebanho no ano de 2011. Diga-se de passagem, FORÇOSOS 20%!
Não havia cordeiras suficientemente boas para serem repostas, isso por falta de peso, seleção por serem animais bonitos, resultados de um rebanho que vem sendo selecionado… mesmo assim resolvemos arriscar! 95 borregas repostas ao sistema.
Ao iniciarmos a monta em março de 2012, 25 animais manifestaram cio. Sim, 25! E o que foi feito com o resto? Além do prejuízo tomado na alimentação, entendemos que dar “chance” para borregas não deve ser uma regra.
Ao avaliarmos o problema, haviam borregas muito bem formadas que chegaram a perder 10Kg até a monta, sem contar as perdas por fraqueza dos animais que não tinham condição de ficar. Fizemos uma seleção do que ficou e estamos hoje com 36 animais das 95 feminhas repostas. Foi dada “chance” às fêmeas que não perderam peso desde a entrada no pasto e que não manifestaram cio! Quem perdeu peso e não manifestou cio, está engordando para entrar no lote de abate.
Este ano, a reposição na fazenda será feita com borregas que responderam em ganho de peso até os 3 meses de idade. Pode ser que não cheguemos a 100 fêmeas para reposição, na verdade, para repormos 30% precisamos de 150 animais e já sabemos que não será possível. Porém, as borregas que entrarem para o rebanho, serão animais que definitivamente somarão!
Fêmeas nascidas na fazenda também devem ser abatidas. A composição do custo sai mais barata quando utilizamos esses animais para compor a renda da venda para abate do que na reposição, já que foram reprovados nos critérios de seleção. Quanto à venda dessas fêmeas para reproduzirem em outros rebanhos, sejamos justos produtores: o que não é bom pra você, não pode ser bom para outros sistemas de criação.
Pense produtor! Cresça em qualidade, a quantidade em sua maioria custa muito mais caro.
Equipe CordeiroBIZ
Artigo bem esclarecedor, simples e direto.
Quando comecei a interessar-me pela criação (ainda não sou produtor) de pequenos ruminantes tinha em mente que os animais (fêmeas) de reposição fossem as crias, dentro do plantel, com melhor ganho de peso ao desmame.
Porém com a leitura deste artigo percebi, espero que não tardiamente, que as crias F1 ou F2 são animais sem carga genética suficiente para uma melhoria continuada do plantel.
Olá Manuel,
Vamos esclarecer os pontos. Animais nascidos anualmente na fazenda, são a reposição do rebanho. Essas são sim as F1 e F2.
O artigo acima retrata que a quantidade que entrará somando ao plantel, ou repondo as fêmeas que no ano foram descartadas, deve ser muito bem pensada. Isso porque são fêmeas em crescimento e têm dificuldade de entrar no cio. Dessa forma, somente uma cordeira muito bem alimentada e formada consegue responder ao desafio da reprodução. Mesmo assim, ainda com falhas, pois costumamos desafiar os nossos animais com 7-8 meses de idade, fase muito nova para emprenhar.
Lembrando que caso emprenhem, é uma categoria que não pode ser esquecida, pois quando estiverem com 2 anos, necessitam ainda de atenção para ter um aporte corporal que sustente uma boa fertilidade pelo resto da vida.
Ainda no artigo, vemos que a reposição dos rebanhos têm sido acima de 25-30%. Alguns produtores trabalham até 80% do que nasce do lote de cordeiras, para reposição. Essa atitude reflete um crescimento em quantidade e não em qualidade, uma vez que a reposição pode ser feita, mas a resposta em fertilidade do ano seguinte com certeza será menor. Isso porque se tivermos todos os anos fêmeas novas compondo o rebanho, teremos também descartes com 3-4 anos, que é comprovadamente a melhor fase de reprodução.
A reposição de 25%, lembre-se, reposições são em cima do lote total, portanto, se tenho 100 fêmeas, devo repor 25 cordeiras. Isso assegura que seu plantel estará renovado em 4 anos. Hoje, como citado acima, os produtores têm reposto 80%, incrementando muitos animais ruins ao plantel, pois a seleção de borregas deve ser das MELHORES borregas para garantir os MELHORES resultados. O restante pode ir para abate, diminuindo o impacto da alimentação do lote total nascido naquele ano.
Espero ter esclarecido. Qualquer dúvida estamos à disposição.
Agradecemos sua participação!!!
Ana Carolina,
Muito obrigado pelos esclarecimentos.