A produção de ovinos pode ser dividida em três principais etapas: cria, recria e engorda. Sobre essas três fases temos muitos tipos de manejo de produção, variações muito grande quando comentamos sobre investimentos. Porém, a rentabilidade e o desenvolvimento de projetos de produção com animais domesticáveis têm sido colocada de frente quando falamos de sucesso na produção, onde somente quem sobrevive a esse sistema bem sucedido é quem visa seleção!
Tendo em vista o sucesso da produção, as etapas acima citadas serão abordadas no sistema de produção intensivo. Entende-se que a cadeia completa começa com a fase de cria tendo como índice zootécnico mais importante a prolificidade do rebanho de matrizes.
Cria:
O rebanho de matrizes sofre seleção anualmente!
É importante ter em mente as dificuldades com relação a idade das fêmeas e as fases fisiológicas em que se encontram. Dessa forma, fêmeas mais jovens devem ter tratamento diferenciado das fêmeas mais velhas do rebanho desde nutrição até manejos rotineiros.
Como um exemplo, o manejo de monta que é reflexo do índice zootécnico citado acima, tem melhor aproveitamento dos cios quando há uma separação entre os lotes. Tendo em vista que fêmeas mais velhas (multíparas) dão cios mais aparentes e duradouros, elas dificultam a identificação de cio feita pelos carneiros ou rufiões, refletindo baixa fertilidade nos rebanhos.
Na fazenda, a quantidade de carneiros destinados a cobertura de fêmeas segue a relação 1:40 (1 carneiro para 40 fêmeas), afim de conseguir bons resultados em fertilidade.
A partir da separação e ajuste do número de machos reprodutores, é importante verificar que borregas de primeira monta que foram selecionados para a reprodução podem não emprenhar em sua primeira estação de reprodução. Neste caso, é importante receberem uma segunda chance, pois há um desafio dessa categoria de ter seu aparelho reprodutivo em desenvolvimento.
É de suma importância identificar e descartar animais que não emprenham.
Principalmente quando falamos de fêmeas multíparas inférteis, pois essas se alimentam durante um ciclo inteiro e o preço pago na carcaça da ‘fêmea descarte’ muitas vezes não paga o investimento feito no ciclo.
Da mesma forma, o acúmulo de animais descarte na fazenda torna-se, a longo prazo, um problema sério para o seu escoamento. Considerando que o mercado de animais descarte ainda é pouco trabalhado, essa dificuldade acaba por onerar ainda mais o preço que já é alto quando falamos no custo da fêmea que não produziu e que terá que continuar comendo até que se tenha um destino para ela.
Portanto, o descarte anual ou até o descarte no ciclo, preconizando fêmeas saudáveis e resistentes traduzem-se em manutenção de um rebanho fértil que não somente traz uma boa resposta de produção, mas também facilita a mão de obra que hoje é um gargalo na produção de ovinos.
A reposição tem papel tão importante quanto o descarte. A produção de fêmeas deve ter sua incorporação de forma coerente, ou seja, de maneira a não comprometer o rebanho em sua fertilidade.
No sistema de seleção das matrizes do rebanho inicial no nosso sistema de produção, as fêmeas produzidas têm sua incorporação em 30% da produção, posto que as outras 70% serão abatidas ou vendidas como fêmeas matrizes. Isso ocorre para que o investimento feito nos nascimentos e no ciclo consiga se pagar. Caso contrário, a falta de seleção trará um crescimento rápido, porém, de resposta fraca quanto à produção de cordeiros e de investimento deficitário durante muitos ciclos.
É importante lembrar também que a incorporação de fêmeas novas em alta quantidade no rebanho, compromete a fertilidade do mesmo, pois a categoria conta com maiores falhas na reprodução e maiores exigências nutricionais.
Recria:
O cordeiro bem desmamado consegue suprimir essa fase.
A recria será necessária para ovinos em alguns casos. No sistema de produção intensiva, o animal desmamado pesado tem plena condição de ir para sua fase de terminação. É importante ressaltar que o investimento deve ser avaliado fortemente para que não haja desperdícios de dinheiro em ração com animais que não estão seguindo um crescimento satisfatório.
Para tanto, o começo da seleção no rebanho deve avaliar o desempenho em ração de creep-feeding, uma vez que essa é a fase de melhor resposta do animal. Seu crescimento com arraçoamento e aleitamento gera um desenvolvimento altamente responsivo até os 60 dias de idade. O cordeiro que não tem um bom desempenho nessa fase, deverá fatalmente entrar para a recria, que pode ser feita em pastagem, tendo como contra-ponto o aumento dos custos de mão de obra e também os riscos de atrasos por verminose e morte, se a propriedade não for organizada nesses sistemas.
O desenvolvimento em creep-feeding também é índice zootécnico importante para o descarte do rebanho materno. Em condições nutricionais atendidas, as fêmeas do rebanho devem desmamar cordeiros grandes. Caso contrário, distorções no peso ao desmame podem ser fatores de seleção do rebanho.
A importante seleção desse tipo de cordeiro visa o sucesso do confinamento, uma vez que cordeiros menores não conseguem se desenvolver de maneira satisfatória e acabam por “comer” todo o lucro no confinamento, demorando às vezes de 1,5-2 meses mais na terminação do que cordeiros bem desmamados.
Por outro lado, a recria do desmame bem feito, principalmente de fêmeas para a reposição é de certa forma desejável. Essas fêmeas com uma boa suplementação em pastagem e que somam menores investimentos ao produtor comparativamente à fêmeas confinadas, desenvolvem-se bem e durante maior espaço de tempo. O tempo nesse caso é necessário para quebrar uma segunda barreira na reprodução de fêmeas novas: a idade.
Engorda:
Como dito na fase de recria, a engorda no sistema intensivo é um investimento a se considerar de maior cuidado. Isso ocorre por que o cordeiro tem seu crescimento freado a partir dos seu quarto mês de vida. Animais confinados acima dessa idade têm uma resposta baixa, o que faz com que o confinamento que muitas vezes conta com dietas caras, não valha à pena!
A dieta colocada no cocho deve ser tão responsiva quanto ao animal que está sendo desafiado. O custo diário de confinamento necessita acompanhar o desenvolvimento do cordeiro. Caso contrário o dinheiro gasto será mais alto do que o preço de venda final. Portanto, nessa fase, a mão de obra especializada, assim como o acompanhamento técnico em confinamento faz-se necessário.
Por fim, a entrega de animais que serão pagos por sua carcaça, depende diretamente do seu desempenho em fazenda. A seleção não começa no momento do nascimento e sim do primeiro pilar: a prolificidade do rebanho, para que o fechamento seja o animal de carcaça pesada e desejável.
É importante ressaltar que o cordeiro resultante dessa organização não é somente bem visto no mercado, mas também é melhor remunerado!
O investimento em seleção no final, além de gerar a facilidade no sistema também gera resposta positiva ao caixa!
quantos anos uma ovelha produz
Olá!!! Uma ovelha produz até os 5 e 6 anos de idade. O produtor precisa observar constantemente os animais e acompanhar os índices produtivos para selecionar as melhores mães, assim eliminar os “animais problemas” e atingir essa idade produtiva.
Qualquer dúvida não hesite em nos contatar.
Até mais