De olho na ‘lição de casa’, esse artigo destaca um assunto de suma importância para os ovinocultores que desejam prosperar: como agregar valor dentro da porteira?
Um mal que precisa ser extinto e policiado por produtores de cordeiros é a pressa. A ação sem planejamento dos investimentos resulta em gastos excessivos e desnecessários, guiando à falência da produção. Devemos considerar também que uma propriedade gera um alto custo mensal, sendo assim, os investimentos não podem extrapolar o caixa da fazenda.
A ovinocultura de corte dá margem para muitos erros e torna-se inclusive uma ação de alto risco para investidores que buscam a viabilidade das propriedades. A falsa ideia de que a viabilidade da produção de ovinos pode ser lucrativa no “pós-porteira” torna comum a cada dia a prática de operações ilícitas no sistema de produção.
Quando se trabalha com pequenos animais, é possível carregá-los em caçambas, matá-los em casa, cortá-los para “agregar valor à venda” de marca de carnes privadas, fazer genética de animais bonitos, etc. Todas essas são atitudes que mascaram o desempenho real do sistema de produção na propriedade.
Vejam a bovinocultura de corte e sua remuneração em arroba, a chamada commoditie, que tem valor definido pela oferta e procura no mercado. Uma realidade indiscutível, e verdadeira para todo o país. Quem tem bovino e não ganha dinheiro com a venda no valor da arroba, não sabe produzir!
Como dizer que a bovinocultura, avicultura ou suinocultura não são sustentáveis? Como explicar que temos milhares de produtores que sobrevivem da pecuária há anos?
Enquanto isso, os ovinocultores falem ano após ano. Um “entra e sai” da atividade, acompanhado de um curto tempo de atuação, que impossibilita melhorias permanentes à longo prazo.
Foco!
Por que isso ocorre? Simples! TODOS os que produzem qualquer produto comerciável fazem contas.
A foto representa a situação de mercado em que se encontra a cadeia produtiva de aves no Brasil. (Fonte: Scot Consultoria)
Os valores impagáveis dos grãos em função da forte alta nos preços deste ano forçaram os produtores a soltar as aves a céu aberto, abrindo mão dos investimentos feitos, reduzindo assim o déficit no orçamento.
A ilustração é perfeita e impactante. Em sua tradução: o desastre vem de cima para baixo! O mercado é para todos, porém, os que sobrevivem não ficam em déficit.
Importante dizer que isso vale para todo e qualquer sistema de produção que queira gerar lucro. Portanto, uma alusão á figura acima, temos que a ovinocultura é para todos, porém, somente sobreviverão os que ganham dinheiro com a atividade na realidade de mercado em que ela se encontra.
Produtor não cometa esses erros:
- Colocar genética em um rebanho que não se tem domínio;
- Fazer corte para ganhar dinheiro no que é mal produzido e;
- Fazer genética de “fundo de quintal” para agregar valor na venda do produto final.
Os tópicos citados acima fogem da realidade de mercado e são consequência de baixo resultado, alto investimento financeiro e longevidade curta.
Discutiremos cada um desses itens na segunda parte do artigo.
Ovinocultor, como você planeja agregar valor na sua produção? Quais as ações que você tem feito nesse sentido?
Equipe CordeiroBIZ