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Como agregar valor ‘dentro da porteira’? (2/2)

Na primeira parte do artigo apresentamos a necessidade do produtor em agregar valor ‘dentro da porteira’. Quais são as possibilidades? As orientações seguem no sentido de direcionar o ovinocultor para decisões assertivas: menores gastos para maiores retornos. Para isso é necessário FOCO e claro, o produtor precisa saber aonde quer chegar!

Qual o foco do ovinocultor?

Genética melhoradora em um rebanho de corte

Fica claro que ‘genética’ é um passo obrigatório no planejamento da propriedade, mas para chegar nesse patamar, é necessário “arrumar a casa”, saber a fundo os índices do rebanho e ter o controle de cada operação no sistema.

A genética precisa somar e não consertar erros!

Animais geneticamente provados são mais exigentes no que diz respeito à produção e, por este motivo, podem causar efeito contrário quando utilizados para “sanar” problemas de manejo.

Fazer os próprios cortes de cordeiro

Fazer cortes para agregar valor em sua produção? Quem imaginou que assumir essa operação garantiria mais dinheiro deve refazer as contas.

Os cortes envolvem transportes refrigerados, custo de abate, custo de cortes, venda do cordeiro em peças que não têm a mesma demanda de mercado, busca de clientes para o consumo, atendimento das diferentes demandas dos clientes, dentre outras. Enfim, trabalho muito maior do que controlar os custos e direcionar investimentos “dentro da porteira”.

Toda a logística descrita acima deverá ser realizada com excelência em qualidade, tanto quando decidimos produzir cordeiros ou quando decidimos “agregar” valor com uma marca de carne. A decisão de cortes pode causar resultados ruins à propriedade em função do FOCO escolhido para se trabalhar.

Produzir “genética” para produtores de animais comerciais

Animais elite de 'pista', onde são avaliados e julgados por características visuais e recebem títulos que determinam o preço a serem negociados nos leilões. (Foto: CordeiroBIZ, FEINCO 2012)
Animais elite de ‘pista’, onde são avaliados e julgados por características visuais e recebem títulos que determinam o preço a serem negociados nos leilões. (Foto: CordeiroBIZ, FEINCO 2012)

Atuar na ovinocultura para competir no mercado de ovinos de “elite”?

A palavra ELITE era usada desde o século XVIII para nomear produtos de qualidade excepcional (Fonte: Wikipédia).

O conceito está mal aplicado genotipicamente. Em contra partida, mais do que bem interpretado fenotipicamente. Entenda a diferença:

  • Genótipo é o conjunto de material hereditário herdado dos progenitores;
  • Fenótipo são as características observáveis de um indivíduo.

Os animais de “elite” do mercado são esteticamente agradáveis em sua conformação, porém, geneticamente esse animal pode OU NÃO reproduzir melhorias em índices zootécnicos para sua prole. Também pode OU NÃO produzir características visualmente semelhantes em seus descendentes. Estamos vivenciando o “bingo” da produção de cordeiros, pois temos 50% de chance das características genéticas serem transmitidas.

O conceito fenotípico deve ser deixado de lado. A estética pode ser bonita ou feia, porém, indiscutivelmente esse indivíduo deve somar em índices de produção.

Portanto produtor, qual é o seu foco?

  • Genética: SIM! Então procure saber os índices da sua fazenda;
  • Agregar valor ao seu cordeiro: SIM! Então, conheça e planeje os custos de sua produção.

A “lição de casa” está ao alcance de quem quiser. Necessitamos de mais alunos e menos professores, vez que a tarefa está aí para os que querem aprender.

Sejam justos com seus resultados e busque aprimorá-los. O pecuarista que prospera não mente ao seu sistema de produção!

Produtor, se não está ganhando dinheiro em sua produção, procure quem é o causador dessa situação. Já debatemos aqui sobre cordeiros guaxos, custo de oportunidade, reposição de animais, giro de produção e venda de descartes. Dentre essas alternativas, qual seria o vilão de sua propriedade?

Equipe CordeiroBIZ

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